segunda-feira, 29 de junho de 2015

A Seleção não tem mais identidade

Na boa? A Seleção Brasileira parou no tempo. Não tem mais craques como antigamente e o que se vê hoje é apenas uma vitrine para empresários. Sim, meia dúzia de jogadores boca-de-porco que não conseguem trocar três passes limpos, no pé do companheiro, mas que estão desfilando nos melhores times da Europa hoje. Como isso é possível, meu Deus do céu?
Há algum tempo eu mantive uma coluna de esportes no Diário Regional, mas cansei ao perceber que a maioria dos textos era criticando algo ou alguém. Até me perguntaram se eu só via o lado ruim da situação. Não, simplesmente aquilo que me vinha na cabeça era o que eu escrevia. Hoje, mantenho-me mais atento ao cotidiano de Sinop e região focado na função de editor-chefe do que atiçado a escrever artigos. Entretanto, depois do que vi sábado, me revoltei novamente.
Brasil foi eliminado para o Paraguai nos pênaltis
O Brasil foi eliminado da Copa América. Novamente, para o mesmo adversário (Paraguai), na mesma fase (quartas de final) e da mesma forma (nos pênaltis). Logo em seguida, vi que o mesmo babaca que errou um pênalti, aquele tal de Douglas Costa, já está sendo cogitado no Bayern de Munique. No poderoso Bayern. Ah, não, gente, pelo amor. Aquilo lá vai jogar no melhor time da Alemanha? De verdade? Não foi porque ele errou a cobrança, mas é porque ele é ruim mesmo. Ruim. Fez só um gol na competição, contra o Peru, e ainda quase errou – o goleiro peruano veio na voadora e quase salvou aquela bola, que passou por cima de sua perna por milímetros. Então não venham dizer que o cara é bom de bola porque não é, e nunca será. É um mero enganador como Roberto Firmino, Willian, entre outros.
Esse Willian, por sinal, ganhou a alcunha de ‘craque da seleção’ após a palhaçada armada pelo Neymar e seu desligamento do time. Este, na verdade, é a única estrela, única referência. Porém, o estrelismo voltou a controlar seus impulsos e a braçadeira de capitão (acredita Neymar) o torna imortal. Quase um Aquiles, cuja fragilidade – o calcanhar – lhe custou a vida.
Alguns vão dizer que estou aproveitando a eliminação para descer a lenha, mas algumas situações já eram visíveis desde a estreia. Em nenhum momento o Brasil foi unanimidade. Venceu por 2 a 1 Peru (já nos acréscimos da partida) e Venezuela (levando sufoco até o final) e perdeu da Colômbia, sem demonstrar a mínima reação. Contra o Paraguai, caiu de rendimento no segundo tempo, sofreu o empate e foi derrotado nas penalidades. Em comum, em todas as partidas, a falta de liderança, de brio, de vibração.
O técnico Dunga perdido nas substituições, demonstrando nas entrevistas coletivas mais o sentimento de defesa aos jogadores do que dividindo a responsabilidade com os mesmos – após a eliminação chegou a afirmar que uma virose teria atingido alguns atletas, o que impactou no rendimento nos treinamentos e dentro de campo. Virose, gripe? Acho que o Brasil tá infectado com o vírus da mesmice. O mesmo futebolzinho sem vergonha que jogou na Copa do Mundo o torna do mesmo nível de seleções como Suíça, Gana, Áustria. Ganhou importantes amistosos nos últimos tempos, o que não significa estar preparado para a disputa mais acirrada que vem pela frente: as eliminatórias.
Não tem mais bobo no futebol. A frase é velha, mas cada vez mais contundente. Na América do Sul a coisa será ferrenha. Além dos tradicionais Argentina e Uruguai, o Paraguai ressurgiu após péssima campanha na eliminatória passada, o Chile vem com sua melhor seleção da história, a Colômbia encontrou sua base e o Equador também promete complicar. Além disso, Peru e Bolívia assustam na altitude, enquanto a Venezuela já não é mais o saco de pancadas de outrora, e vem ganhando ano após ano o respeito dos rivais.
Sou do tempo em que tínhamos um goleiro de verdade, como Taffarel, Marcos e Dida; bons laterais, com personalidade, como Cafu e Roberto Carlos; xerifes do porte de Lúcio e Roque Júnior; cabeças de área como Dunga e Mauro Silva; meias criativos como Djalminha, Kaká, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho; e atacantes que desconcertavam qualquer esquema, como Bebeto, Romário, Ronaldo e Adriano. E o que sobra hoje? Perebas como Fernandinho, Elias, Firmino, Willian, e enganadores como Éverton Ribeiro, Phillipe Coutinho, Daniel Alves, David Luiz e Thiago Silva.
Se sempre tivemos, pelo menos, dois ou três ótimos nomes no elenco, hoje Dunga não tem muitas opções. A última safra que revelou “estrelas” não vingou. Dela fazem parte Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso e cia., que têm momentos de lampejo, mas nada que crave seus nomes na história do futebol. Ahh, que falta fazem os craques...
Assim, a seleção de hoje, completamente sem identidade, se torna comum perante as potências. Vejo um futuro em curto prazo sombrio para a Seleção Brasileira. E que uma safra renovadora venha o quanto antes para substituir esse bando de pão-com-ovo de hoje em dia.

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