Na boa? A Seleção Brasileira parou no tempo. Não tem
mais craques como antigamente e o que se vê hoje é apenas uma vitrine para
empresários. Sim, meia dúzia de jogadores boca-de-porco que não conseguem
trocar três passes limpos, no pé do companheiro, mas que estão desfilando nos
melhores times da Europa hoje. Como isso é possível, meu Deus do céu?
Há algum tempo eu mantive
uma coluna de esportes no Diário
Regional, mas cansei ao perceber que a maioria dos textos era criticando
algo ou alguém. Até me perguntaram se eu só via o lado ruim da situação. Não,
simplesmente aquilo que me vinha na cabeça era o que eu escrevia. Hoje,
mantenho-me mais atento ao cotidiano de Sinop e região focado na função de
editor-chefe do que atiçado a escrever artigos. Entretanto, depois do que vi
sábado, me revoltei novamente.
Brasil foi eliminado para o Paraguai nos pênaltis |
O Brasil foi eliminado da
Copa América. Novamente, para o mesmo adversário (Paraguai), na mesma fase
(quartas de final) e da mesma forma (nos pênaltis). Logo em seguida, vi que o
mesmo babaca que errou um pênalti, aquele tal de Douglas Costa, já está sendo
cogitado no Bayern de Munique. No poderoso Bayern. Ah, não, gente, pelo amor.
Aquilo lá vai jogar no melhor time da Alemanha? De verdade? Não foi porque ele
errou a cobrança, mas é porque ele é ruim mesmo. Ruim. Fez só um gol na
competição, contra o Peru, e ainda quase errou – o goleiro peruano veio na
voadora e quase salvou aquela bola, que passou por cima de sua perna por milímetros.
Então não venham dizer que o cara é bom de bola porque não é, e nunca será. É
um mero enganador como Roberto Firmino, Willian, entre outros.
Esse Willian, por sinal,
ganhou a alcunha de ‘craque da seleção’ após a palhaçada armada pelo Neymar e
seu desligamento do time. Este, na verdade, é a única estrela, única
referência. Porém, o estrelismo voltou a controlar seus impulsos e a braçadeira
de capitão (acredita Neymar) o torna imortal. Quase um Aquiles, cuja
fragilidade – o calcanhar – lhe custou a vida.
Alguns vão dizer que estou
aproveitando a eliminação para descer a lenha, mas algumas situações já eram
visíveis desde a estreia. Em nenhum momento o Brasil foi unanimidade. Venceu
por 2 a 1 Peru (já nos acréscimos da partida) e Venezuela (levando sufoco até o
final) e perdeu da Colômbia, sem demonstrar a mínima reação. Contra o Paraguai,
caiu de rendimento no segundo tempo, sofreu o empate e foi derrotado nas
penalidades. Em comum, em todas as partidas, a falta de liderança, de brio, de vibração.
O técnico Dunga perdido nas
substituições, demonstrando nas entrevistas coletivas mais o sentimento de
defesa aos jogadores do que dividindo a responsabilidade com os mesmos – após a
eliminação chegou a afirmar que uma virose teria atingido alguns atletas, o que
impactou no rendimento nos treinamentos e dentro de campo. Virose, gripe? Acho
que o Brasil tá infectado com o vírus da mesmice. O mesmo futebolzinho sem
vergonha que jogou na Copa do Mundo o torna do mesmo nível de seleções como
Suíça, Gana, Áustria. Ganhou importantes amistosos nos últimos tempos, o que
não significa estar preparado para a disputa mais acirrada que vem pela frente:
as eliminatórias.
Não tem mais bobo no
futebol. A frase é velha, mas cada vez mais contundente. Na América do Sul a
coisa será ferrenha. Além dos tradicionais Argentina e Uruguai, o Paraguai
ressurgiu após péssima campanha na eliminatória passada, o Chile vem com sua
melhor seleção da história, a Colômbia encontrou sua base e o Equador também
promete complicar. Além disso, Peru e Bolívia assustam na altitude, enquanto a
Venezuela já não é mais o saco de pancadas de outrora, e vem ganhando ano após
ano o respeito dos rivais.
Sou do tempo em que tínhamos
um goleiro de verdade, como Taffarel, Marcos e Dida; bons laterais, com
personalidade, como Cafu e Roberto Carlos; xerifes do porte de Lúcio e Roque
Júnior; cabeças de área como Dunga e Mauro Silva; meias criativos como Djalminha,
Kaká, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho; e atacantes que desconcertavam qualquer
esquema, como Bebeto, Romário, Ronaldo e Adriano. E o que sobra hoje? Perebas
como Fernandinho, Elias, Firmino, Willian, e enganadores como Éverton Ribeiro,
Phillipe Coutinho, Daniel Alves, David Luiz e Thiago Silva.
Se sempre tivemos, pelo
menos, dois ou três ótimos nomes no elenco, hoje Dunga não tem muitas opções. A
última safra que revelou “estrelas” não vingou. Dela fazem parte Alexandre
Pato, Paulo Henrique Ganso e cia., que têm momentos de lampejo, mas nada que
crave seus nomes na história do futebol. Ahh, que falta fazem os craques...
Assim, a seleção de hoje, completamente sem
identidade, se torna comum perante as potências. Vejo um futuro em curto prazo
sombrio para a Seleção Brasileira. E que uma safra renovadora venha o quanto
antes para substituir esse bando de pão-com-ovo de hoje em dia.