terça-feira, 15 de outubro de 2013

Copa 2014: sete seleções podem garantir vaga hoje



Portugal, de Cristiano Ronaldo, deve ir para repescagem
As eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, estão em sua reta final. Europa (UEFA), América do Norte e Central (Concacaf) e América do Sul (Conmebol) terão sua última rodada disputada nesta terça-feira (15), onde mais seis seleções podem garantir suas vagas, juntando-se às 14 já classificadas.
No continente europeu, Rússia (fora contra o Azerbaijão) e Espanha (que pega em casa a Géorgia) precisam apenas de um empate para ficar em primeiro lugar, respectivamente, nos Grupos F e I. Líderes dos Grupos G e H, Bósnia e Inglaterra precisam apenas vencer para não depender de outros resultados. No caso do país dos Bálcãs, os 22 pontos que conquistou nas nove rodadas são os mesmos da Grécia, mas com saldo positivo de 23 gols, os bósnios só ficam fora Copa se as duas seleções vencerem e os gregos (com saldo positivo de seis) tirarem a diferença de 17 contra Liechtenstein. A Bósnia chega ao seu primeiro Mundial se derrotar a Lituânia, fora de casa.

Quem está em situação complicada é Portugal. O empate em casa contra Israel aumentou a diferença para a líder Rússia em três pontos. Para garantir a vaga direta, sem repescagem, a equipe de Cristiano Ronaldo deve golear Luxemburgo, torcendo por uma improvável derrota russa, e ainda descontar uma diferença de sete gols no saldo. A preparação do técnico Paulo Bento parece mesmo ser para o mata-mata.

Américas – Na Concacaf, quase tudo definido. Com 14 pontos, Honduras é hoje a terceira colocada, que garantiria a última vaga automática. Jogando contra a já eliminada Jamaica fora de casa, a seleção hondurenha precisa apenas de um empate para disputar sua segunda Copa consecutiva e a terceira de sua história.
O único que pode superá-la é o México, que fez campanha irregular – 11 pontos – e chega à última rodada precisando vencer a Costa Rica, fora de casa, e torcer por uma derrota dos hondurenhos. Além disso, pesa para a seleção mexicana o saldo negativo de um, e positivo de um para Honduras.
Empate entre Equador e Chile garante ambos na Copa
Terceiro colocado na Copa de 2010, o Uruguai acumulou tropeços e chega à 16ª rodada conformado com a quinta posição na América do Sul e a disputa na repescagem contra o quinto da Ásia (Jordânia). Com Argentina e Colômbia já garantidos, o time de Diego Forlán, Luis Suárez e Cavani tem 22 pontos, três a menos que Equador e Chile, terceiro e quarto colocados, respectivamente. O problema para os uruguaios é que essas duas seleções se enfrentam no Estádio Nacional, em Santiago. Como um empate garante ambos, uma vitória sobre a Argentina no Estádio Centenário de nada deve servir. Caso isso aconteça, e o confronto entre chilenos e equatorianos tenha um vencedor, a definição vai para o saldo de gols – e nem isso ajuda a Celeste Olímpica: saldo de -1, contra +5 do Equador o +3 do Chile.

África – No continente africano os cinco classificados saem dos confrontos mata-mata, que teve quatro dos cinco jogos de ida disputados neste fim de semana – Etiópia 1x2 Nigéria, Burkina Faso 3x2 Argélia, Costa do Marfim 3x1 Senegal e Tunísia 0x0 Camarões –, além de Gana x Egito, que jogam hoje (15). As partidas de volta serão disputadas entre 16 e 19 de novembro.

Classificados - Sem a necessidade de disputar as eliminatórias por ser o país-sede, o Brasil foi o primeiro a garantir sua vaga para a Copa 2014. Também já carimbaram seu passaporte Argentina, Colômbia, Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália, Suíça, Austrália, Coreia do Sul, Irã, Japão, Costa Rica e Estados Unidos.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Band não deve mais transmitir Fórmula Indy

Tony Kanaan vence 500 Milhas de Indianápolis
Os amantes da velocidade estão tristes, chateados, frustrados e muitos outros adjetivos terminados em “ado”. O motivo: a TV Bandeirantes anunciou que não vai mais transmitir a Fórmula Indy, opção para aqueles que não têm mais prazer em acompanhar os (poucos) duelos da Fórmula 1. Agora, para acompanhar a categoria, somente por TV a cabo.

De acordo com o colunista Flávio Ricco, a emissora espera apenas o término da atual temporada para anunciar sua retirada da categoria – e em definitivo. Os primeiros indícios começaram há cerca de um mês, quando já se discutia a possibilidade, inclusive, da não realização da São Paulo Indy 300 (a Band é a principal entusiasta). Até agora, nenhum contrato foi assinado e nenhuma decisão tomada sobre o assunto. Na emissora, a ordem é ‘enxugar’ e reduzir gastos. Antecipadamente se sabe que sem garantias comerciais não haverá corrida.

Na primeira edição, em 2010, a Prefeitura de São Paulo entrou com força no projeto para garantir a realização do evento. Agora, com as reformas em Interlagos, o investimento na prova do Anhembi (que corta o Sambódromo) pode diminuir. É provável que, caso a Band deixe de transmitir a categoria em 2014, a prova na capital paulista também não terá mais o pesado investimento da emissora. Dessa forma, outras empresas dificilmente se interessariam em patrocinar e garantir a prova. O contrato da prova é até 2019.

O certo é que há algum tempo a emissora não vem levando a sério a categoria. Pelo menos sob a ótica dos fãs. Em maio, a Band teria ‘boicotado’ a comemoração da vitória do brasileiro Tony Kanaan nas 500 milhas de Indianápolis, para a exibição de uma partida do Campeonato Brasileiro. Na oportunidade, a rede tentou conciliar a transmissão dos dois eventos, mas a edição da corrida gerou irritação em muitos telespectadores que se manifestaram no Facebook e principalmente Twitter. A prova terminou em bandeira amarela, fazendo com que a direção optasse por transmitir o início da partida entre Ponte Preta e São Paulo. Mesmo alegando ter mostrado a bandeira quadriculada e os momentos pós-corrido, a Band é acusada pelos internautas de não transmitir o pódio de Kanaan e o famoso brinde com leite. A insatisfação foi geral e os internautas começaram a postar vídeos do Youtube para quem não conseguiu ver a comemoração do piloto.

A TV aberta, que chegou a ter três categorias de velocidade sendo transmitidas, deve oferecer apenas uma a partir do ano que vem. Entre 1996 e 1999, os fãs da velocidade tinham como opções a Fórmula 1, pela Globo, Fórmula Mundial (antiga CART), pelo SBT, e Fórmula Indy (IRL), pela Band. Agora, sobrou acompanhar aos domingos de manhã as disputas (um tanto monótonas) da F1 pela emissora carioca. Os ‘pegas’, ultrapassagens e batidas nos circuitos ovais da Indy, somente para desembolsar e pagar TV por assinatura.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mais uma CPI foi para o ralo


Manifestantes invadiram Câmara dos Deputados
Desde criança acompanhei telejornais. Ouvia as notícias da minha cidade, do país e do mundo. Os jornais impressos folheava à procura do caderno de Esportes. Mas nunca deixei de ler os demais conteúdos. Porém, mesmo para uma criança de oito, nove anos, a repulsa pela editoria de Política sempre foi grande. Até o caderno de Economia, com os jargões utilizados pelos jornalistas e economistas para explicar a alta do dólar, a inflação, a influência da reeleição do presidente Bill Clinton nos Estados Unidos.

Para uma criança, que ainda nem imaginava entrar no fantástico círculo do Jornalismo, queria entender o que era Política, quais eram os cargos que os candidatos disputavam quando apareciam na propaganda eleitoral gratuita e que faziam de verdade. Talvez a repulsa em ler tais notícias nada tinha a ver com quem escrevia, mas sobre quem era escrito.

Uma definição para Política é “pertencente aos cidadãos”. E pertence mesmo aos cidadãos? Não responderei, sim e não são duas respostas que não cabem a essa análise. Serve como reflexão, sobre o que nós, enquanto cidadãos, fazemos para pertencer, de fato, a um sistema tido como democrático, onde a política realmente seja nossa arma para nosso próprio crescimento e sobrevivência. Infelizmente, a Política hoje é ligada à corrupção. As duas palavras parecem quase sinônimas na boca do povo. É difícil discernir uma da outra. Quando a segunda aparece, em 99% dos casos está associada à primeira. A credibilidade do assunto vai por água abaixo quando o desinteresse popular é maior que a necessidade de mudanças. Refiro-me ao momento das eleições, das urnas, quando xingamos os políticos que pedem votos, mas os reelegemos. Contraditório isso, não?

Para completar a minha cada vez maior descrença com a política e com o político, leio que o nosso “íntegro” senador (eleito pelo povo) e ex-governador de Mato Grosso (eleito pelo povo), Jayme Campos, foi um dos responsáveis pela queda da CPI da Copa do Mundo. A investigação simplesmente foi pelo ralo. Um dos objetivos dessa CPI era apurar denúncias de superfaturamento nas obras de construção dos estádios da Copa. Alguns projetos já dobraram o proposto no orçamento inicial. A título de comparação, é similar ao planejamento familiar: você sabe que tem contas fixas a pagar, como aluguel ou prestação da casa, escola das crianças, IPVA, seguro do automóvel, água, luz. E mesmo assim esquece de acrescentar itens importantes, como combustível, compras do supermercado, vestuário e demais situações imprevisíveis ao cotidiano. Resumindo: sabe-se que vai gastar mais, mas mascara-se a fim de demonstrar que não há gastos exorbitantes. No caso da política, é difícil dizer se realmente todo o dinheiro empregado, principalmente na construção de obras para o Mundial, foi insuficiente. Talvez o fosse, mas aí há o envolvimento político no meio... bem, minha descrença e meu sexto sentido indicam que boa parte das verbas são desviadas para outros fins. Difícil é precisar qual é exatamente a rota, o caminho seguido.

Fico novamente consternado em ver que os políticos, mais uma vez, se beneficiam e se livram de ser investigados a partir do momento que impedem o nascimento de uma CPI, como seria o caso desta sobre a Copa de 2014. Pura blindagem dos nobres parlamentares. Enquanto isso, outro caso na política termina em pizza. Bom apetite.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O gigante adormeceu?



Manifestantes tomaram a Esplanada; Governo se assustou
O mês de junho foi diferente para o Brasil. A mídia mostrou o que acontecia nos quatro cantos do território nacional. A sequência de manifestos vistos nas ruas chamou a atenção popular, que se sentiu no dever de fazer parte dessa massa. Porém, o ímpeto demonstrado, de repente, esfriou. Teria o gigante adormecido?
Para tentar buscar uma resposta para essa pergunta vamos voltar ao olho do furacão. Naquele mês, a Prefeitura de São Paulo anunciou o aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte público urbano. A passagem passaria de R$ 3 para R$ 3,20. A população da capital paulista ficou irada com a decisão e começou a promover protestos nas ruas. De início, desorganizados, espaçados, mas com o tempo tomaram grandes proporções. A frequência, organização e, principalmente, a participação de tantos (afetados ou não pelo aumento da tarifa) nos manifestos animaram não só paulistas, mas também gaúchos, cariocas, mineiros. Em Brasília, a população invadiu a Esplanada. As cenas registradas assustaram os poderes. Até onde iria essa onda? As médias e pequenas cidades também se reuniram para cobras as autoridades. Sinop, por exemplo, registrou no dia 21 de junho mais de seis mil pessoas as ruas para, além de apoiar os manifestos nacionais, cobrar mudanças dos gestores locais e melhorias nas áreas defasadas. As reivindicações passaram a ser de caráter local.
Antes disso, no dia 15 de junho, data da abertura oficial da Copa das Confederações, na capital federal, a presidente Dilma Rousseff e até o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foram vaiados durante os pronunciamentos antes do jogo entre Brasil e Japão. Blatter, que ficaria no país por mais alguns dias, foi embora “assustado com o que estava vendo”. A cena foi mostrada para mais de 180 países. As câmeras do mundo todo, voltadas para o torneio, registravam também os movimentos populares.
Porém, logo após a Seleção vencer a final contra a Espanha por 3 a 0, e a maioria das câmeras estrangeiras partir daqui, a onda diminuiu. As imagens do país em protesto, que iam para o exterior, pararam de ser exibidas, e as manifestações cessaram. Algumas poucas conquistas puderam ser notadas, mas o movimento esfriou. Naquele momento, criou-se a impressão de que os brasileiros havia, finalmente, despertado para o que acontece à sua volta – a tudo aquilo que lhe afeta direta e indiretamente. Como muito foi dito e clamado, o “gigante despertou”. Entretanto, a situação voltou ao normal.
Se a onda de manifestos cessou (ou ao menos reduziu, ocorrendo em algumas regiões do país, como o Rio de Janeiro, que recebe até domingo a Jornada Mundial da Juventude, que conta com a participação do papa Francisco), será que podemos considerar que tudo o que foi visto e vivido serviu para alguma coisa? A revolta serviu para “ativar o sensor” contra a corrupção, despertar o interesse econômico e social do país? O gigante adormeceu? Esperamos que não.