segunda-feira, 23 de abril de 2012

A polêmica do fair play


Willian comemora gol em lance polêmico
No último domingo (22), durante a partida entre Corinthians e Ponte Preta, válida pelas quartas-de-final do Campeonato Paulista 2012, um lance chamou atenção e trouxe à tona a discussão sobre o chamado fair play, ou ‘jogo limpo’. O conceito está vinculado à ética no meio esportivo, onde os praticantes devem procurar jogar de maneira que não prejudiquem o adversário de forma proposital.

Com 25 minutos do segundo tempo, a Ponte vencia por 2 a 0 e, com um jogador adversário caído em campo, a equipe da casa ignorou o fair play, motivando reclamação dos pontepretanos. O empate levava a decisão da vaga na semifinal para os pênaltis. Irritado, o técnico Gilson Kleina acabou expulso, por considerar que o árbitro deveria ter paralisado o jogo.

No lance que originou a polêmica, Renato Cajá, da Ponte, sofreu falta do corintiano Douglas, a poucos passos de sua própria área. Como a bola caiu nos pés de outro companheiro em boas condições de dar continuidade à jogada, inclusive armando um contra-ataque, o árbitro, corretamente, deu vantagem à Ponte. Mas Cajá continuou caído, e seus companheiros não abriram mão do ataque que poderia resultar em gol.

A bola foi retomada pela defesa corintiana, voltou para as imediações da área pontepretana, onde Cajá continuava caído, e Willian, livre de marcação pela direita, entrou e chutou cruzado, fazendo o primeiro gol do Corinthians.

Creio que todos em campo deveriam ter algumas aulas sobre fair play. Primeiro, os jogadores da Ponte Preta. Se os próprios companheiros tiveram a chance de pôr a bola para fora e não o fizeram, por que a ação deveria ter sido tomada pelo time corintiano, que perdia a partida? Segundo, o árbitro, percebendo que o jogador caído não se levantou em certo espaço de tempo, deveria ter tomado a responsabilidade para si e paralisado a partida.

A reclamação da Ponte Preta, lamento, mas foi desprovida de lógica. Talvez a ganância, a vontade de fazer o terceiro gol e liquidar a partida foi mais importante do que a visão de jogo dos atletas, que não perceberam que seu companheiro não havia se levantado, portanto necessitava de atendimento médico. Como consequência, o gol de Willian, que fez o certo. Afinal, se a Ponte Preta tinha a posse de bola e não a chutou para fora, por que o Corinthians, perdendo a partida, o faria?

Vale lembrar que nenhum jogador é obrigado, por regra, a colocar a bola para fora para que outro receba atendimento médico. A decisão de paralisar ou não a partida é do árbitro.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Organização Nota Zero


Com a participação de dez clubes jogando todos contra todos, em turno e returno, o Campeonato Mato-grossense de Futebol de 2012 começou em 21 de janeiro, com representantes de seis cidades: Cuiabá, Rondonópolis, Campo Verde, Barra do Garças, Lucas do Rio Verde e Sorriso. A primeira fase foi concluída na última quinta-feira (12). Quatro clubes classificaram-se às semifinais, e dois foram rebaixados. Fórmula simples e justa, que premiou aqueles que foram competentes, e condenou os piores. Até aí, tudo bem. Mas a tabela do campeonato, meu Deus, que tristeza! Entraremos em detalhes.

Mato-grossense teve 10 participantes na edição 2012
Com dez clubes jogando entre si, teríamos nove rodadas no turno, nove no returno. Todos os clubes jogariam regularmente em todas as rodadas. Mas para a surpresa de jornalistas e apreciadores do futebol, não foi essa a proposta da tabela do torneio. Durante cinco rodadas (da sexta à décima), dois clubes folgaram por rodada. Essa fórmula “esticou” o campeonato para 19 jornadas. Um tanto “curioso”, mas nada de extraordinário, que faça o dólar subir ou descer.

O problema, caros torcedores, está na (falta de) organização em relação a datas e horários. Em quaisquer campeonatos que apresentem número par de participantes, o natural é que a última rodada seja disputada simultaneamente. É assim nos campeonatos Europeus, no Campeonato Brasileiro e nos estaduais, como o Carioca, Gaúcho, Paulista, Paranaense, Pernambucano. Mas no Mato Grosso, a ideia foi dispensada.

Chegamos à 19ª e última rodada da primeira fase com três clubes matematicamente garantidos para as semifinais (Cuiabá, Luverdense e Vila Aurora), dois clubes lutando pela última vaga (Mixto e União), um clube sem chances de se classificar, mas também livre do rebaixamento (CRAC, de Campo Verde), e quatro lutando contra a zona da degola (Rondonópolis, Sorriso, Palmeiras e Barra do Garças).

Teoricamente, todos os jogos deveriam ser realizados no mesmo dia e horário, para não haver favorecimento dentro ou fora de campo. Entretanto, Sorriso e Luverdense, Vila Aurora e União, e Barras e Rondonópolis, jogaram na quarta-feira (11) às 20h10. Às 21h, começou Mixto x Cuiabá. Algum favorecido? O Mixto, que sabendo da vitória do União por 3 a 0 (jogo que começou 50 minutos antes), poderia perder por até quatro gols de diferença e, mesmo assim, garantiria sua vaga.

Na parte de baixo da tabela, o empate contra o Rondonópolis custou o rebaixamento do Barra do Garças. Enquanto isso, o Sorriso fazia um jogo eletrizante contra o Luverdense, arrancando um empate por 4 a 4. O resultado salvou o Rondonópolis, e deixou o Lobo do Norte na expectativa do jogo de quinta-feira (12), entre Palmeiras e CRAC.

O empate rebaixava o Verdão de Cuiabá, que lançou-se ao ataque, fez dois gols no segundo tempo, conquistou a vitória por 2 a 0 e garantiu sua permanência na primeira divisão. Enquanto isso, jogadores, comissão técnica e torcedores do Sorriso acompanharam de longe a equipe ser rebaixada para a Segundona de 2013.

Por isso, pedimos encarecidamente aos senhores gestores do futebol, em especial, ao mato-grossense, tenham bom senso. Façam de um campeonato, por pontos corridos, justo do início ao fim. É, no mínimo, inadmissível que um clube jogue sabendo dos resultados dos rivais. O Palmeiras não é o culpado disso. Se Rondonópolis e Sorriso tivessem feito o ‘dever de casa’ e vencido seus respectivos jogos, o clube da capital entraria em campo já rebaixado. Incompetência dos clubes rebaixados, sim. Mas com uma pitada de falta de ética daqueles que organizam o certame. O problema é que, se alguém achar tudo isso uma injustiça, lembramos que todos os clubes participantes concordaram com o regulamento e, dessa forma, tornam-se reféns dele.

terça-feira, 10 de abril de 2012

A partida mais importante da história, em uma sexta-feira 13


O oposto Lorena anotou 23 pontos e foi o melhor em quadra contra o RJX
O Vôlei Futuro masculino, depois de derrotado em Araçatuba para o RJX, do Rio de Janeiro, por 3 sets a 0, se recuperou e conseguiu uma vitória de virada por 3 sets a 1, parciais de 18-25, 27-25, 25-23 e 25-21, jogando no ginásio Maracanãzinho lotado. A terceira e decisiva partida da semifinal acontece no ginásio Plácido Rocha, às 21h. Justamente em uma sexta-feira 13.

Com alto investimento nos últimos anos, tanto no time masculino quanto no feminino, o Vôlei Futuro alcançou um título paulista em cada categoria, mas a Superliga ainda é uma façanha inédita. Terceiro colocado na última temporada, a equipe dirigida por Cezar Douglas busca quebrar o tabu e trazer a taça para Araçatuba pela primeira vez. Exemplo disso é a presença de jogadores de ponta no elenco, como Ricardinho (ex levantador e capitão da seleção brasileira), Lorena, Mário Júnior, Camejo e Vini.

Superação foi a marca da equipe em quadra. Inspiração, também. Contando com brilhante atuação do oposto Lorena, maior pontuador do jogo com 23 acertos, o Vôlei Futuro entrou relativamente tranquilo. A derrota no primeiro set acendeu a luz de alerta. Todo o trabalho de um ano inteiro poderia ir por água abaixo em casa de eliminação. Por isso, os líderes mostraram o porquê do alto investimento feito pela Reunidas, e calaram o Maracanãzinho, recheado por 11,4 mil expectadores, recorde de público desta edição.

O triunfo na capital fluminense no último domingo (8) valeu a reabilitação após atuação abaixo do comum jogando em casa. Quem vencer encara o Sada/Cruzeiro, que eliminou o Vivo/Minas em duas partidas na outra semifinal. A final será no dia 21 de abril, às 10h da manhã, no ginásio Poliesportivo e São Bernardo do Campo.

A todos em Araçatuba, torçam pelo Vôlei Futuro, acreditem na equipe. O mesmo vale aos jogadores. Força a Ricardinho, Lorena, Camejo, Dentinho, Vini, Michael, Piá, Bob, Mário Júnior, Leozão e Tiago Brendle. E que as bruxas não estejam soltas nesta sexta-feira 13!