Willian comemora gol em lance polêmico |
No último domingo (22), durante a
partida entre Corinthians e Ponte Preta, válida pelas quartas-de-final do
Campeonato Paulista 2012, um lance chamou atenção e trouxe à tona a discussão
sobre o chamado fair play, ou ‘jogo
limpo’. O conceito está vinculado à ética no meio esportivo, onde os
praticantes devem procurar jogar de maneira que não prejudiquem o adversário de
forma proposital.
Com 25 minutos do segundo tempo,
a Ponte vencia por 2 a 0 e, com um jogador adversário caído em campo, a equipe
da casa ignorou o fair play,
motivando reclamação dos pontepretanos. O empate levava a decisão da vaga na
semifinal para os pênaltis. Irritado, o técnico Gilson Kleina acabou expulso,
por considerar que o árbitro deveria ter paralisado o jogo.
No lance que originou a polêmica,
Renato Cajá, da Ponte, sofreu falta do corintiano Douglas, a poucos passos de
sua própria área. Como a bola caiu nos pés de outro companheiro em boas
condições de dar continuidade à jogada, inclusive armando um contra-ataque, o
árbitro, corretamente, deu vantagem à Ponte. Mas Cajá continuou caído, e seus
companheiros não abriram mão do ataque que poderia resultar em gol.
A bola foi retomada pela defesa
corintiana, voltou para as imediações da área pontepretana, onde Cajá
continuava caído, e Willian, livre de marcação pela direita, entrou e chutou
cruzado, fazendo o primeiro gol do Corinthians.
Creio que todos em campo deveriam
ter algumas aulas sobre fair play.
Primeiro, os jogadores da Ponte Preta. Se os próprios companheiros tiveram a
chance de pôr a bola para fora e não o fizeram, por que a ação deveria ter sido
tomada pelo time corintiano, que perdia a partida? Segundo, o árbitro,
percebendo que o jogador caído não se levantou em certo espaço de tempo,
deveria ter tomado a responsabilidade para si e paralisado a partida.
A reclamação da Ponte Preta,
lamento, mas foi desprovida de lógica. Talvez a ganância, a vontade de fazer o
terceiro gol e liquidar a partida foi mais importante do que a visão de jogo
dos atletas, que não perceberam que seu companheiro não havia se levantado,
portanto necessitava de atendimento médico. Como consequência, o gol de
Willian, que fez o certo. Afinal, se a Ponte Preta tinha a posse de bola e não
a chutou para fora, por que o Corinthians, perdendo a partida, o faria?
Vale lembrar que nenhum jogador é
obrigado, por regra, a colocar a bola para fora para que outro receba
atendimento médico. A decisão de paralisar ou não a partida é do árbitro.