segunda-feira, 29 de outubro de 2012

(In)segurança pública



Sentimo-nos protegidos de verdade?
Entende-se por Segurança Pública, em uma sociedade que exerce democracia plena, a garantia da proteção dos direitos individuais e segurança do pleno exercício da cidadania. O assunto é costumeiramente um dos principais focos de campanhas político-eleitorais, e um dos grandes motivos de preocupação dos cidadãos dentro e fora de seus lares.
As forças de segurança buscam aprimorar-se a cada dia e atingir níveis que alcancem a expectativa da sociedade. Imbuídos pelo respeito e pela defesa dos direitos fundamentais do cidadão, cabe ao Estado garantir a segurança de pessoas e bens no território brasileiro, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas leis e a manutenção da paz e ordem pública. Enquanto atividade desenvolvida pelo Estado, a segurança pública é responsável por promover ações de repressão e oferecer estímulos ativos para que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se divertir, protegendo-os dos riscos a que estão expostos.
O termo segurança é amplo, contempla diversas categorias e manifestações. Afunilemos, então, para aquela segurança que garante nossas vidas diante da criminalidade. Foi-se o tempo em que “estar fora de casa no tardar da noite” era motivo de “perigo”. Sim, perambular pelas ruas de madrugada, em locais de pouco ou nenhum movimento, continua perigoso até hoje. Somos vítimas de uma violência que ampliou sua “área de atuação”. Nem sempre estar dentro de casa significa estar protegido. Há tempos vivemos em constante estado de insegurança, em alerta o tempo inteiro.
Diversos acontecimentos próximos a nós têm provado que, infelizmente, é impossível pensar num quadro de estabilidade em relação à segurança pública. Cabe ao tripé Estado, sociedade civil e iniciativa privada tomar medidas sérias e rígidas de combate à criminalidade, adotando soluções – tanto no quadro jurídico e institucional quanto no operacional – que estejam à altura da sofisticação da criminalidade.
Recentemente, um jovem, filho de um empresário do ‘Nortão’, foi sequestrado e liberado mediante pagamento de resgate. Obviamente que os bandidos se prepararam para a ação, e sabiam que não receberiam recompensa alguma caso a vítima fosse alguém do povão. A família obteve condições de arcar com o valor pedido e trouxe novamente para sua rotina o ente que passou momentos de pânico nas mãos de sequestradores. Lamentável é quanto percebemos que a vida, em uma circunstância como esta, não tem valor, agora tem preço. Dez mil, vinte mil, quinhentos mil, um milhão de reais.
O combate à violência é parte de um contexto onde há um clamor social intenso tornando necessária a implementação de uma série de ações governamentais voltadas à solução desse problema. É óbvio que a vontade política e social é o ponto de partida dessa luta.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Uma Lástima


Prefeitura e Câmara de Araçatuba
Uma lástima. É assim que vejo a campanha eleitoral 2012 de minha cidade natal, Araçatuba/SP. Com tristeza deixei amigos, familiares, e vim para o Mato Grosso. Os problemas vistos lá não são tão diferentes daqueles que existem aqui e em quaisquer outros centros. Mas como eles fazem parte do nosso cotidiano, não custa relembrar.

Entra ano, sai ano, e as mesmas promessas são feitas por candidatos a prefeito e vereador. “Prometo dar uma nova cara à cidade”; “Meu foco é saúde e educação”; “Eu vou fazer obras de saneamento e infraestrutura”. Pois bem, generalizar e dizer que nada tem sido feito é calúnia. Mas o constante crescimento de uma cidade pra lá de centenária, com aproximadamente 200 mil habitantes, ficará restrita a algumas poucas benfeitorias?

A crítica não vai somente ao atual gestor, que concorre à reeleição. Vai para os demais que deixaram a população na mão. Os mais pobres continuam enfrentando filas, desde o início da madrugada, para conseguir um atendimento nas unidades de saúde; pais continuam a dormir nas filas para garantir a vaga de seus filhos nas escolas. Isso é realmente necessário? Até quando Araçatuba, o estado de São Paulo e o Brasil não vão acordar para tomar as devidas providências? Muitos países europeus são modelo, que mal há em copiá-los?

Os últimos debates políticos mostram o quão amadores são os postulantes ao cargo de líder do Executivo. O foco continua sendo, mais uma vez, atacar o adversário em detrimento ao desenvolvimento de seu plano de governo. As velhas cartas marcadas voltam ao cenário político local apenas como fantoches empobrecidos. Nada tem a acrescentar. Perda de tempo.

Para a Câmara, novamente dinossauros da política araçatubense estão com seus rostos estampados nos santinhos e nas urnas. Pergunto a você, meu amigo: Tem acompanhado as sessões? Tem visto o trabalho dos teus candidatos? Se tiver saberá quem pode e quem não deve ser reeleito. Saberá o quanto um voto depositado em um candidato desse nipe é desperdício. É um voto jogado no lixo.

Tenho um amigo que mora na mesma cidade que eu, e faria questão de ir a Araçatuba depositar seu voto e cumprir seu dever cívico. Mas mais do que a distância poderia lhe cansar (1,7 mil km separando as duas cidades), a causa para sua desistência em viajar é outra. Está desanimado com as atuais opções. Ele não mora mais na cidade, mas e daí? Assim como eu, quer o bem de nossa terrinha. Porém, a justificativa se torna sua válvula de escape.

Parafraseando Barack Obama em sua campanha presidencial norte-americana em 2008, quando disse “Yes, We Can” (Sim, nós podemos), lembre-se: Sim, nós podemos! Nós podemos mudar os rumos da nossa cidade. Mas, por favor meu amigo, não cometa esse erro mais uma vez. Do contrário, ficará reclamando pelos próximos quatro anos.